A formiga não ouve a cigarra
Desconexão total entre ouvinte e músico. Aliás, está quase impossível a dedicação a um estágio que só um profissional dedicado pode galgar.
Estive numa escola pública para testar meu novo projeto de música erudita na escola. Ouvi da dedicada e delicada e educada diretora "e tem um tal de Beethoven, e um tal de Bach", quando explanava meu desejo de fazer chegar mais ao estudante a música patrimônio da humanidade, berço de Tom Jobim e quiça de Led Zeppelin. Não é culpa dela, é responsabilidade de todos.
Por isso tantos projetos em contraponto com a música da mídia são a salvação do músico. Sim, o músico precisa do ouvido da formiga bem formado.
E ao contrário do que possa parecer, o trabalho do músico não é só o momento do palco, mas o momento do ócio, onde se capta uma nova melodia, uma nova forma, um novo anjo nos contando uma nova história.
"Se o baile funk ganha espaço como um estilo da periferia, em Marília, SP, tem o outro lado da moeda: um incentivo para que crianças conheçam também o estilo clássico. O tenor Jorge Durian se apresenta para crianças do ensino fundamental de escolas municipais por meio do projeto 'Ópera na Escola'.
O projeto já passou por 32 cidades e despertou em mais de 60 mil crianças a sensibilidade musical".
Registro meu apoio e peço que fiquem atentos ao que estamos todos construindo agora!